segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Sobre pessoas e panetones

Um mundo de gente, de indivíduos. Mas nesse mar de diferenças, uma receita básica: carne e secreções. Todos, todos... bolos de carne, água e secreções. Uns saem mais perfeitinhos, outros mais tortinhos, pendendo para um lado, mas enfim, panetones.
Cada um com sua uva passa, com suas frutas cristalizadas (talvez desde a infância): defeitos que sabemos que não combinam com aquele panetone, mas que estão ali, sem saber o porquê. Nenhum panetone é perfeito. A massa pode ser deliciosa; mas terá uva passa.
A consciência de ter essas frutinhas indesejadas é um primeiro passo para tornar-se chocotone: aceitar os defeitos, e aos poucos, tentar livrar-se deles.
É muita falta do que fazer ficar tentando criar analogias com panetones, mas hoje é um dia chuvoso, realmente não tenho nenhum compromisso. Além disso, acabo de comer chocotone. E nessa alegoria, gostaria muito de conseguir me tornar um chocotone, de chocolate amargo, porque eu sou ranzinza.
E assim eu aceito mais uma uva passa minha: a incapacidade de reconhecer um texto ruim quando ele surge na cabeça.
Acho que sou um panetone com muita uva passa e frutas cristalizadas, e algumas gotas de chocolate amargo 85%. Porque a vida não é doce, nunca é. Se você acha, você é o mongolóide que, enquanto todo mundo se fode, não entendeu nada.

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