quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O certo, o errado, e a lata de sardinha

Era uma vez, em um reino perdido que não tinha rei, um padre, um mendigo e Deus.
Deus não existe, o padre é errado e o mendigo só era mendigo porque assim a sociedade o fez.
Vendo passar um gato xadrez, o mendigo pegou a espingarda e matou o padre.
Atiraria em Deus com a espingarda, mas por ser onipresente, certamente ele já teria sido acertado no tiro destinado ao padre.
Assim começa a história, e acaba a histeria. Ou começa a histeria, sem história.
O mendigo percebeu que ele era mendigo porque não trabalhava, e não trabalhava porque não tinha dinheiro para trabalhar. E não tinha dinheiro para trabalhar porque não trabalhava. E pensou "foi tudo friamente calculado!", o que seu amigo Colorado já havia lhe contado!
A espingarda, surgida do cu do cachorro, foi-lhe útil para matar um bando de filhos da puta, e nunca mais houve putaria nenhuma com xícaras de chá.
Só sei que se eu parar agora, vai ficar forçado. Tem que escrever sem pensar - pensou o mendigo, nem tão mendigo assim, agora que matou.
Foda-se, nunca fui letrado nem quero ser. Não nasci pra obedecer. Se quer tentar, vai se foder!

E assim terminou mais uma história sem história, e todos foram felizes para sempre. Até o cu do gato fazer brotar um canhão!