segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Sexto Sentido

Não costumo contar muitas histórias minhas aqui no blog; geralmente coloco as doideiras que vêm na cabeça, uso como uma válvula de escape. Mas hoje merece. Nunca vi tamanha sensibilidade mediúnica reunida em uma só pessoa!
Tudo começou quando propus a meu amigo despigmentado que ele me acompanhasse a uma fonte para eu saldar a minha dívida com ele, comprando-lhe um DVD. Como o lugar era na Penha, e o Albino mora na Tijuca/Andaraí/Grajaú/Usina, etc, ele disse:
- É uma boa idéia! Aí eu aproveito e passo na distribuidora que fica aí na Penha, que eu tava afim de ir mesmo.
Beleza, combinado mal e porcamente que o dia seria na segunda-feira, hoje, quando acordei (meio-dia, marromenos), liguei para ele, que com voz de sono diz:
- Pô... acordei agora. Mas em meia hroa tô aí. Só descer e pegar o carro.
Agora entendo porque o programa da Márcia chama a criatura para dar depoimento... Enfim. Eu sabia que meia hora dele era duas horas terrenas, e tomei banho, almocei e me vesti adequadamente mal para ir comprar algo na Penha. Fomos no primeiro local, que EU queria ir. E partimos em busca do local que ELE queria ir. Ele, como um bom taxista, memorizou o endereço, mas não faz a mínima idéia de como chegar no local. Ligo para minha mãe e pergunto. Digo o nome da rua e ela promete retornar com a resposta, pois tinha que olhar no mapa da Rio Listas. Ela retorna a ligação e me pergunta, assustada, se eu vou para lá. Digo que o Albino quer ir. Ela fica preocupada:
- Mas é na Vila Cruzeiro, na favela da Grota, Grotão! E aqui fala que é em Olaria!! Ele precisa mesmo ir pra lá?
Como sei da teimosia do Despigmentado, digo que sim. E ela pergunta se quer que eu vá me buscar (ela ainda acha que eu estou no primeiro lugar e que não vou acompanhá-lo na empreitada). Recuso, digo que logo chegarei em casa. Mentira.
Eu no banco do carona do táxi vou perguntando a todos pela rua. E cada um fala um lugar. Bom, essa parte não importa muito, mas após 20 minutos conseguimos chegar na rua. O objetivo é o número 304. Percebo que a "Estrada sei que lá Rucas" é na verdade uma viela, com vários casebres favelizados. Comento como observação:
- Albino, estamos na favela. E estamos subindo... melhor perguntar.
Ele pára em um bar, e eu tento perguntar a um cidadão, mas começo a ter uma crise de riso no meio da pergunta, e Albino precisa terminar de perguntar. Algo como "Oi... pode me infor...hahaahaha a rua.. hahahah estrada... haha". Enfim... Albino perguntou direito e o indivíduo responde que estamos na dita cuja. Pronto! Achamos a rua, e Albino acelera. Olho para os números: 1152... 1186... 1212...
- Albino, o número está aumentando para cá... acho que o 300 é lá para baixo.
Albino olha e pergunta em que número estamos... após a constatação, pára o carro e ameaça um retorno, exatamente em frente onde um gordo enorme, com uma sacola oferece "pacotes". Espertamente viro para Albino, antes de ele ameaçar mais obviamente um retorno e falo:
- Porra, Albino... tu vai fazer a porra do retorno em frente à boca, cara? Animal...
Ele ri, e concorda.
- Hehe, é memso, cara. Aqui é boca, né? Nem me toquei... hehe
Eu dou um sorriso triunfante, como quem diz "coitado desse garoto inocente se ele não estivesse comigo aqui!" E peço que ele faça o retorno mais na frente. Porém, no que ele acelera, vejo uma praça, e em uma mesa de concreto, daquelas em que há pintado um tabuleiro de damas/xadrez (embora nunca tenha visto alguém jogando xadrez na praça...), três mulheres sentadas com uma garrafa de Coca-Cola na mesa. Todo o esforço do pessoal de publicidade da Coca-Cola, vejo eu agora, não foi em vão, e me tiraram da boca palavras que duvido até agroa serem minhas, e as quais são a prova do meu sexto sentido, qeu nunca falha:
- Ali! Pára ali na praça para perguntar, que é uma praça família.
"Praça família"... enfim... No que Albino vai freando o carro, ele não se dirige às mulheres com a garrafa de Coca(cola), e sim a um grupo de homens; e antes de parar o carro, vejo vários radinhos. Após "praça família", a palavra que vem na mente é "fodeu...", com minúsculas e reticências. Quando Albino pára completamente o carro, percebo um fuzil no cara que está logo a frente. Agora vem o "FODEU!", em caixa alta e com exclamação. "Pergunto ou não? Agora vou ter que perguntar", e torço para não ter uma crise de riso como a que tinha acabado de acontecer nem 2 minutos atrás.
Perguntei duas vezes a um rapaz de rádio na mão, e um terceiro, cujas mãos eu não podia ver, quis saber do que se tratava e falou que a rua era aquela mesma, e quanto ao número 300, que continuássemos subindo para nos informarmos melhor. O negócio é... se continuássemos subindo, provavelmente chegaríamos ao Sr Hedgeog, ao chefão! Uncoloured Man resolveu fazer a volta ali na praça mesmo (e ainda sob as vistas do pessoal tive outra crise de riso), e perguntar (na verdade, ele pediu para eu fingir que perguntava qualquer coisa) para a senhora que vendia salgados, onde era o número 300; ela nos informou que o 300 era "láaaaaaaaaaaa pra baixo, meu filho!"
Até chegar ao local, pois a rua se você seguisse reto, saía em outra rua... precisava virar e passar duas ruas paralelas para chegar no objetivo. Chegamos, rindo pra caralho durante o caminho de volta. No que tocamos a campainha, estávamos ainda rindo do acontecido, e esperando.
Foi quando soubemos que o local estava fechado com cadeado, e não tinha ninguém para atender.

É... acho que agora percebo que a história foi mais engraçada para a gente do que para ser contada. Mas está aqui para pelo menos, eu lembrar disso.

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Fim de ano... fogos... macumba... copacabana... porradaria... morte... bueiro...
Tudo a mesma merda.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Eu não quero ouvir a música da Simone!

Eu não quero ouvir a música da Simone!
Eu não quero ouvir a música da Simone!
Eu não quero ouvir a música da Simone!
Eu não quero ouvir a música da Simone!

Natal é uma merda!

Eu não quero ouvir a música da Simone!
Eu não quero ouvir a música da Simone!
Eu não quero ouvir a música da Simone!
Eu não quero ouvir a música da Simone!

Natal é uma merda.

Eu só quero Hiroshima e Nagazaki!
Problemas subterrâneos.

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Buceta de religião

Bom, depois do meu desabafo (inútil. diga-se de passagem, porque além de ninguém ler o meu blog, quem lê provavelmente odeia ouvir essa música de merda todo mês de dezembro. E mesmo que fosse feita uma campanha decente contra isso, as pessoas estão acostumadas a isso; e quebrar o costume do pessoal é foda... Além do mais, se não fosse a Simone, seria alguma música da Xuxa, ou da Ivete Sangalo, ou da Cláudia Leite Nurrego... E isso para um parêntese é um extintor para um cu, né?) quero falar de algo muito sério: ELES ESTÃO SE PROLIFERANDO!
Eles quem, pergunta o leitor, enquanto ouve uma música e conversa com 5 pessoas no MSN, e brinca no Buddy Poke, achando aquilo super engraçado...
Respondo: ELES! Depois do Instituto Manassés botar seus Escravos do Senhor nos ônibus para vender "a incrível caneta-calendário 2009", e faturarem uma grana extra para os pastores, dizendo que cuidam de drogados, surgiu agora a INSTITUIÇÃO DEUS ONIPOTENTE. PUTA QUE O PARIU (sim, a que pariu o deus onipotente...) IU IU IU (com équio!)! A meeeeeeesma merda, vendendo a "sensacional caneta-calendário 2009", dizendo que cuida de drogados e moradores de rua, e blablabla. O cara me tem a coragem de dizer que só Jesus salva, menciona Jesus 50 vezes em 3 minutos, e diz estar curado! POOOORRA! Ele não percebe que está com um problema sério de neurose e esclerose, já que acredita em coisas fantasiosas?
Enfim... a grande diferença entre os dois institutos Grana-extra-prá-pastor, é que o Manassés bota seus Doentes mentais devidamente uniformizados e oferecem mais tipos de caneta: eles oferecem canetinha infantil que se passa como "caneta para escrever em CD", vendem lapiseira da Hello Kitty, que na verdade é da Rélou Quiti y otras cositas más que los drogaditos estão tentando se livrar.

Bom, é o novo mercado. Vou abrir uma igreja da Buceta Aberta, que contará com uma instituição que abrigará putas e piranhas (que não é a mesma coisa) e elas sim farão a boa ação a todo homem ou mulher seco que estiverem precisando balançar a vida. Além disso, quando estiverem assadas, as mulheres da igreja tentarão recolher verba em ônibus vendendo camisinha. Ah sim. Como diferencial das igrejas evangélicas, não aceitaremos aposentadas, apenas profissionais ativas, ainda no ramo e no pau.

Estou aceitando currículos para cadastro, e meu agente entrará em contato com as pessoas que parecerem mais qualificadas para esses atos de boa ação. E muita ação!
E-mail para rossello.fabio@hotmail.com ou semdignidade@hotmail.com

Agradeço a todos, e avaliaremos seus CUrrículos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A Minha Fé

Eu prefiro acreditar
Que o motel é limpo
E minha micose no saco
Eu peguei brincando
Com meu cachorro

Eu prefiro acreditar
Que você não é puta
E a AIDS que me toma a vida
Peguei quando comi a minha irmã
Com 7 anos de idade!
E ela tinha selinho!

Mas o bom
É que eu acredito!
Essa é minha fé
E isso me ajuda a suportar...

Eu prefiro acreditar
Que a tisica que me toma
E enche meu pulmão
De catarro verde...
Vai passar!

Tudo tem cura!
Levante os braços e grite:
Deus, meu Buda,
Maria bucetuda,
Me curem!

Eu morri curado,
Atacado por pingüins!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Alegria é uma mão manchada na parede

Nem o Ozzy sabe o que é felicidade, mesmo tendo comido um morcego, por que você vai saber? Felicidade é fonte jorrando sangue, no nariz daquele que provocou isso e não tem forças suficientes para curtir o seu momento, quando pode ser feliz.
E você me pergunta do sangue dos negros... o que eu sei sobre isso? Porra nenhuma! Mas o vídeo insiste em querer me ensinar. Mas eu não quero aprender!
Corto duas batatas com minhas unhas, e lhe pergunto se meu rosto deformado é atraente. Você mente. Eu não gosto de mentiras. Minhas unhas cravam em seus olhos. Hesito. Talvez devesse cravá-los em sua língua. Você enxerga bem, apenas diz a mentira. Resolvo arrancar seus olhos, pois esse é o meu castigo. Quero ouvir o seu ódio, e arrancando sua língua, não entenderia nada. Quero ouvir, sentir toda a merda do seu ódio, e rir disso.
E depois a fonte de sangue. O nariz que jorra. A imagem linda. A cascata vermelha. A expressão risonha ficou gravada em sua face. Ele decidiu.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Clima Natalino

É Natal, é Natal
Chupa o meu pau!
Que boquete mais gostoso,
Sexo animal!

Que data escrota
E filha da puta!
Capitalismo e cristianismo
A merda toda junta!

Gaste seu dinheiro
Coma como um porco
Bata uma punheta pra
Maria do útero oco!

É Natal, é Natal
Puro bacanal!
E pra terminar com rima
Eu como o seu cu!

(Para quem não entendeu, é foda anAL...)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Trejeitos Sentimentais

Você é um porco
E viaja no ônibus cheio
Preocupado com a sua filha
Que só se alimenta de porra alheia
Nos últimos meses.
Não come, não dorme
Só trepa e engole
E isso te preocupa.
Mas você já estuprou-a
Devia estar satisfeito
E não possessivo.

O seu suor está fedendo a urina
E a sua calça está quente;
É possível mijar pelos poros cutâneos
Ou isso é intra-fantasia?

É quando você pensa em comemorar
E pegar aquele bolo branco
Em cima da mesa há anos
E ao cortar com a faca,
O objeto inanimado
Ganha vida:
Linhas brancas, brilhantes
Se mexem e o bolo desmorona:
São vermes! Explêndido bolo!
Com uma colher você leva
A primeira leva de bolo
À boca, e você nota os pontinhos pretos
Pela primeira vez.
Eles se movem em sua boca
Sua língua delicia-se com o andar
Dos pequenos seres vistosos
Não arranham a garganta
Descem em movimentos suaves
Vivem em seu organismo.

Eu adoro bolo de verme
Imageticamente
Ou gustativamente
É o manjar dos infernos
Que sempre quis
Para minha
Carruagem.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A aurora da minha vida

Divagações sobre outrora, minha infância, esplêndida, vou lhes contar. O mundo não apresentava-se como hoje, muito mudou, e para pior.
Os caminhoneiros não eram crentes, e suas faixas de pára-choque sempre continham alegria, piadas machistas, de sogra e outras coisas. E não se via faixa de "Jesus, pica da minha vida", "Guiado por Deus, dirigido por um crente fdp", e outras babaquices religiosas. Isso devia ser proibido quando eu era criança! Só podia frase sacana, daquelas que sua mãe não queria que você aprendesse, e que seu tio mais doente teimava em lhe ensinar.
É... até mesmo o tapa levado quando se reproduzia as merdas (que você viu na estrada, ou que seu tio ensinou), e a pimenta, têm na mente um sabor especial. Deram origem talvez ao meu sadomasoquismo. Se bem que não dou pimenta na boca de ninguém; há líquidos mais apropriados. Enfim, divagações do presente não fazem parte desse texto. Voltemos ao passado.
Falando de sexo, como era bom! Eu comia QUALQUER mulher naquela época. Passou na banheira do Gugu? Comi! Pagou peitinho no filme? Comi! O banheiro era o templo sagrado, mas não só nele! Não tinha preocupação nenhuma (a não ser a de ser pego feito um cachorro...), pois NÃO SUJAVA! Óbvio que estou falando para punheta apenas, porque sem sujar, tem coisa que perde a graça, mas lembre-se: passado! Senti aquele prazer, misturado com cosquinha, e beleza! Minhas mãos continuam limpas, meu pau, idem.
Tenho mais coisas boas para falar da minha infância, mas lembranças não muito queridas, danças escrotas na escola, festa junina, roupinha de relógio, tudo desconexo e vergonhoso. Maus tempos. Minha infância torna-se negra ao lembrar-me disso, e paro por aqui.

Papo de Doente

- Eu tenho AIDS.
- E eu tenho câncer...
- Foda! Nossa vida é uma merda! Então, você quer brincar comigo? Topa brincar... comigo?
- De quê? Hein?
- Vamos ver quem morre primeiro! Vamos ver quem morre primeiro!?
- Tudo bem. Mas tomando remédio... ou sem tomar?
- Depende... porque o coquetel, tá caro prá caralho!
- E a quimioterapia me faz arrancar os cabelos!!!
- Nós estamos fodidos, mas estamos felizes!
- Só não passa essa porra pra mim! Não passa essa porra pra mim!
- Bebei do meu sangue! Tomai da minha porra! Pegai, minha AIDS!
Que delícia!

OBS: Já tinha esboçado algo antes em algum texto meu, sobre o mesmo assunto, que surgiu enquanto eu cantava no banheiro: "eu tenho AIDS!/ Mas eu tenho câncer!/ Você tem AIDS? Não, tem câncer!..." E passei para o blog meio que dissolvido em outra coisa. Mas ontem no ônibus desenvolvi e gostei.