sábado, 17 de fevereiro de 2018

Chatsex_023


[Firestarter] oi, quer tc?
Era adolescente nos anos 2000. Internet discada, família pobre.
Sempre a mesma rotina de merda. De dia, vivia enfurnado em casa, solitário; se saía para comprar algo, evitava contato humano. Lia, escrevia, comia, olhava para a parede. Comia, batia uma punheta, lia, olhava para a parede. O relógio: onze e meia. Ligava o computador. Paciência. Perdia. Paciência. Ganhava. Campo minado. Não sabia jogar. Pasta com fotos e montagens pornográficas de mulheres famosas. Onze e cinquenta e nove. Começava a tentar conectar.
Meia-noite. Buscava avidamente contato humano digital. Não de dedo; digital, zeros e uns, essas merdas. “vc quer tc?” Previsível, baixo, sedento. Essa foi minha vida durante um tempo. No mIRC, no ICQ, e até no chat da AOL. No chat de sexo da AOL. E foi na Chatsex_023 que eu me fodi, de um jeito que não tem nada a ver com sexo.
[Firestarter] alguém do RJ?
Paty_gostoXXXinha entrou na sala
[Firestarter] e ae @Paty_gostoXXXinha
Incrível como é fácil iludir homens na internet. Bote qualquer nick que remeta a sexo e certamente vão chover conversas. Se hoje em dia homem velho cai nessas, imagine um adolescente na virada do século. Internet discada, falta de conhecimento, hormônios à flor da pele, capacidade de raciocinar prejudicada pela janela de vídeo pornô dividindo a tela com o chat. Caí fácil.
[Paty_gostoXXXinha] Oiiii @Firestarter ! pvt me!
Pvt me era chamar pra private, conversar sozinhos. Era o objetivo.
Pouparei vocês dos detalhes da conversa, mas era muito baixo. Imagina um jovem punheteiro que está conversando com alguém que se diz garota e gostosa, influenciado pelo vídeo do CumFiesta.com na mesma tela quadrada de computador. Esse era o nível de pensamento, que gerava a conversa vergonhosa. Eu escrevia as mais variadas palavras (dia bonito, praia, bolo, chuva, árvore), mas semanticamente falando, tudo poderia ser traduzido por “quero fuder sua buceta”.
Uma pausa para explicar: sempre soube escrever “foder” e “boceta”, mas certas palavras parecem que são mais bonitas quando lidas na forma oral (com todos os trocadilhos que possam imaginar sobre preferir oral de buceta). Escrever (e ler) “quero foder sua boceta” soa como uma tradução mal feita, aquelas dublagens no estilo Fucker and Sucker. Um pensamento com tesão gera a oralidade essencial.
Volto ao pvt, onde Paty e eu trocamos frases quentes. Investi pesado. Talvez porque o vídeo que estava vendo estava me empolgando; talvez pelo XXX do nick dela remeter a pornô; talvez pela junção dos fatos. Não sei responder. Só sei que enviei fotos minhas e recebi fotos dela.
As fotos não eram digitais ainda. Eu escaneava algumas fotos em que eu saía mais bonitinho.
Colocava a foto no scanner. Selecionava 300 dpi (porque não sabia ainda que para internet apenas 92 estava de bom tamanho). Cortava as fotos no Corel e exportava o jpeg. Não tinha Photoshop e eventualmente acabava tendo que fazer alguma coisa no PaintBrush. Dava trabalho, mas eu acreditava que era preciso ter uma foto sua para um encontro marcado virtualmente. Não era.
As fotos que recebi dela eram estranhas. Muito gostosa, sim, mas o rosto e o corpo pareciam brigar um pouco... como as fotos da Sandy e da Britney Spears peladas que eu tinha no computador. Pelo visto, Paty não se dava ao trabalho de escanear suas fotos e cortar em programas não tão adequados.
Mas na época... Falta de conhecimento; hormônios; CumFiesta.com. Passei a entrar sempre na Chatsex_023 da AOL, esperando a Paty entrar. Era ela aparecer e eu começava a siririca no teclado, deslizando meus dedos avidamente para falar de prazer. Meu pau ficava duro. Na minha opinião, eu era um grande escritor. Meu pau ficava tão duro ao imaginar e escrever as putarias quanto ao ver vídeos pornôs. Um escritor sólido feito uma rocha. Gosto de frisar sobre a insipiência, hormônios, pornografia gratuita. Modéstia a parte, tenho certeza que o alter ego da Paty ficava de pau duro também.
Ah, sim. A Paty não existia. Era um homem. Adiantei a história e cortei uns parágrafos. Sorte a de vocês. Enfim, pior do que essa cuspida de mudança na história foi o jeito como descobri isso. Marquei um encontro em um shopping.
Eu detestava shoppings. Detesto. Hoje, talvez, pelo trauma do ocorrido. Na época porque achava tedioso ficar andando em um lugar onde tinha tudo para comprar: livros, CDs, DVDs, comida; mas eu não tinha nenhum dinheiro. Mas buceta, de graça, eu queria. Marquei na porra do shopping.
Vocês devem imaginar que o rostinho lindo da foto que eu tinha como Paty, com aquele corpo escultural, nunca foi visto andando naquele lugar. Acho até bom isso. A cabeça era branca demais se comparada com o corpo bronzeado, não era algo tão harmonioso. Mas era um rosto bonito em um corpo feminino nu. Sério, parece ridículo (e é, na verdade), mas foi muito fácil me enganar.
Eu estava comprando uma esfiha no Habib's, pois era o que eu podia comprar com R$ 0,29, quando um careca chegou atrás de mim e me deu um esbarrão. Continuei aguardando minha esfiha, ignorando o transeunte distraído. Nem sabia que ele era careca. Ele me cutucou.
 - Tô na fila.
- Vem comigo, porra.
Eu não entendi, nem fiz questão. Já tinha pago a esfiha, eu queria comer.
- Eu mandei vir comigo, caralho!
Um cara que eu não conheço me dando ordens? Olhei pra ele. Notei nesse momento que ele era careca. Olhei para meu cupom fiscal. Olhei pro atendente estranhamente feliz que me dava boa tarde. Entreguei o cupom a ele.
- Uma de queijo.
Olhei para o careca, que suava, olhava para o relógio, olhava para os lados, olhava para mim e voltava a olhar para o relógio. Estranho. Peguei minha esfiha de queijo com quatro guardanapos. Sempre vazava um líquido daquela merda que cagava minhas roupas. Peguei mais dois guardanapos, por segurança. Meu braço quase foi arrancado pelo puxão que o careca me deu. A esfiha sambou na minha mão, e antes de perguntar o porquê de ele estar me puxando, comi metade daquela rodela. Meu dedo anelar e o mindinho já estavam engordurados.
Deixei o careca me conduzir porque estava com a boca cheia. Chegando quase à saída do shopping, já engolida a esfiha, dei um tranco pra trás com o braço.
- Quem é você, cara? Tá me levando pra onde?
O homem só deslocou uma parte do seu terno, mostrando uma pistola. Falou, sem pronunciar som algum, mas abrindo exageradamente a boca e pausadamente, como fazemos quando queremos fofocar sem som, apenas uma palavra: Paty. E assim me convenceu a segui-lo.
Na hora eu só pensava em uma coisa: essa esfiha já foi mais recheada. Realmente, que miséria de queijo estavam colocando agora. Mas lutava internamente para explicar a mim mesmo o que estava acontecendo. A Paty tinha marido e ele descobriu que marcamos? O pai dela não era muito entusiasta desses encontros de internet? Tinham mais opções, mas no momento, o fato de ter pago trinta centavos em uma esfiha quase sem recheio estava me ocupando demais, e não consegui desvendar o mistério.
Hoje penso que poderia ter saído correndo, no shopping, e ver a merda que ia dar com um maluco atirando aleatoriamente no meio da praça de alimentação. Mas a minha falta de reação por conta da maldita esfiha me fodeu. Fodeu com “o”, porque não é um fuder, com tesão; prezo muito essa diferença. Mas conformado com a merda que tinha dado, e travado por saber que o cara tinha uma arma, deixei-me levar até um carro, para onde fui empurrado brutalmente e tive a certeza de que não sairia daquele encontro vivo.
No banco de trás do carro fui abraçado (o termo técnico, acredito que seja “levei um mata-leão”, mas nunca fui bom de artes marciais) por um homem forte. Estava tudo muito escuro, então só posso descrever o que senti, porque não via nada. O careca foi na frente, no carona, apontando a arma para mim.
- Olha aí o garanhão que quer fuder a Paty! - o careca gritou.
Todos riram, e por um momento torci para ser uma pegadinha do Gugu, do Sérgio Mallandro, o que fosse. Tentei até lembrar da fisionomia do careca, para me forçar a acreditar que poderia ser o Ivo Holanda disfarçado, e eu ia meter a porrada em todo mundo no carro, sair puto e xingando, e ouviria “que isso, amigo! É pegadinha, olh'ali, oh!”, e avisaria a todos os meus amigos e família que eu passaria no SBT, e ia pedir para alguém gravar na fita, ia rir pra caralho. Mas as risadas dentro do carro duraram pouco, e logo eu tomei um soco no estômago.
- Seu punheteiro, safado! Tu acha que alguma mulher vai querer dar pra você, babaca? - o cara que me enforcava gritou isso no meu ouvido.
Além de estar preso a ele, eu sentia seu hálito de pizza. Filho da puta. Tinha comido melhor do que eu e me deu um soco que quase fez voltar minha mirrada esfiha. O mundo definitivamente não era justo, eu pensava. Para piorar, o careca começou a zombar do que eu escrevia.
- tô louco pra beber yakult direto da fonte! como é que tá a produção de lactobacilos vivos da sua caverninha? hehe”. Temos um Don Juan piadista aqui, vejam vocês. Olha o papo que o cara usa.
Mais risadas. E eu ainda sem saber que Paty não existia, o que me fazia perder tempo pensando em qual seria o relacionamento do careca com ela.
- Tem mais do nosso Bukowsky aqui: “meu pau tá latejando aqui, cansado da minha mão direita. E minha mão esquerda não é opção... ehehhe sacou?”
Mais risadas. Sei que você deve estar agora torcendo pelos caras. Mas tenham empatia: , ignorância, adolescência, internet... Eu confesso que escrevia essas diretonas, mas no meio tinha muita coisa erótica sem ser tão escroto assim. Eu acho. Mas o careca só pegou os piores trechos. Ele devia estar puto porque ficou de pau duro quando eu escrevia de lamber grelo pressionando levemente com a língua, em movimentos circulares e horizontais; deslizar a mão pelas coxas dela até enfiar o dedo na buceta e puxar a baba lá de dentro, pra cair de boca até me lambuzar todo e espalhar com a língua os fluidos até a portinha do cu, essas coisas.
Tá, você pode falar que não é excitante do modo como escrevo, mas agora nem estou empenhado nisso; naquela época era só o que eu fazia, e eu tentava melhorar as inspirações dos vídeos que eu via. Porque a pornografia, ao menos até os anos 2000, era quase 100% pensada para homens: oito minutos de punheta com boquete, oito minutos de foda vaginal, quatro minutos de foda anal e uma gozada na cara / na boca / nos peitos da atriz. Raramente via-se o homem tentando dar prazer para a mulher através de sexo oral ou dedadas estrategicamente localizadas. Era muito mecânico, frio até, apenas voltado ao prazer masculino. Por sorte minha cabeça criava filmes alternativos com as atrizes. Mas como eu disse, o foco nem é esse.
- Você gosta de putaria, né? Vai conhecer os limites com a gente, carinha.
O carro parou. Eu nem estava prestando atenção no trajeto, só pensava na pizza do cara que soltava o bafo no meu nariz, na minha esfiha e no cecê que lutava com o hálito de pizza dele. Tava foda. Abriram a porta e estava em um galpão. Acho que um hangar, pois havia dois aviões de pequeno porte. Algumas jaulas davam um tom sinistro ao ambiente, e forçando a vista percebi que atrás das grades estavam homens e mulheres, todos nus.
- Morrer virgem você não vai... Aliás, virgindade será uma palavra abolida de qualquer parte do seu corpo...
E não é que o careca manjava dumas frases de efeito sobre putaria?
- Aqui você vai trepar com mulheres, às vezes mais de uma ao mesmo tempo...
Enquanto o careca falava e eu ficava animado, ia tentando ver as mulheres nas jaulas, ver quais eram mais gatas. Mas eu não tinha ouvido tudo. Ele continuava a falar.
- mas também trepará com homens, com máquinas, sofrerá e causará algumas mutilações. Tudo isso será gravado e alimentará nosso site SeXXXtremeFuck.com.
Meus olhos abriram-se como os de um lêmuri selvagem. Transar com homens? Mutilação? Minha mente queria parar no “mais de uma ao mesmo tempo”, mas a parte sempre alerta obrigava-me a receber o resto da mensagem.
- Aqui você vai descobrir todo o prazer que você perde por puro molde social; perder a inibição de gozar a bissexualidade; libertar-se do medo do masoquismo e aproveitar as delícias do sadismo. Tudo isso, inteiramente de graça!
SeXXXtremeFuck.com. De graça meu cu, literalmente. Sempre tentei baixar vídeos deles, só dava pra ver teasers de trinta segundos. Só bizarrice. Nunca consegui ver os vídeos inteiros. Kazaa, Soulseek, tentei vários programas. Para ver, só com cartão de crédito, a bagatela de US$ 9,99 por mês. Que merda.
E a cada mulher que eu comia, a cada piroca que me estourava o rabo, cada apertão nas bolas que eu recebia, eu só pensava que não tinha prazer naquilo. Até o sexo com duas mulheres era torturante, porque não era com vontade; a maquiagem, os cortes para mudar os takes, as pausas para broncas na atuação. Tudo falso. As mulheres não queriam trepar comigo, eram obrigadas, e isso me tirava o tesão. E a cada vez que eu brochava, os sacanas me tiravam do que, há uns meses antes, seria o paraíso pra mim.
- Não quer duas mulheres esfregando a buceta em você? Isso não te excita, poetinha (esse era o meu apelido...)? Então corta que eu já sei...
E me colocavam pra ser fodido por um ou dois homens. Eu sentia meu cu tornar-se uma couve-flor, virar do avesso, mas se eu reclamasse ou parasse a cena, cortavam e mudavam o tipo de vídeo, sempre indo numa escala em direção ao que eu menos gostava: me passavam para ser a estrela de um gangbang masoquista, onde eu era esporrado enquanto alguém me cortava com giletes ou socava minha cara.
Óbvio que eu optava por fuder o máximo que podia as mulheres enjauladas comigo. Mas a empatia, cara... Na verdade, acho que era o oposto de empatia, só estou tentando me passar como bonzinho. Realmente, eu fuderia até acabar com aquelas mulheres, com um pouco de raiva. Não raiva das mulheres, mas a raiva que surge do medo; eu não queria era ser colocado no mesmo lugar que elas. Mas a cabeça é uma merda. Quando eu percebia, estava eu pensando que essas mulheres não queriam fuder comigo tanto quanto eu não queria ser fodido pelos caras – percebe a diferença entre fuder e foder? E começava meu esforço para concentrar e seguir fazendo aquelas mulheres sofrer, para que eu não fosse obrigado a botar para jogo aquele meu buraco onde só o dedinho da mamãe havia estado, e só pra passar Hipoglós... Aí pensava na mãe das garotas que também passavam Hipoglós nelas... Não era empatia porra nenhuma, apenas não há meios de segurar uma ereção se o seu cérebro está pensando em bundinha de bebê com pomada. E lá ia eu sofrer.
Até que passei a estragar todas as cenas, gritava que aquilo era um crime. E foram me passando para cenas cada vez mais extremas. Minha última cena não envolvia picas, mas me empurravam na parte mais dianteira da hélice, sem ser as pás, que estavam rodando. Enquanto a parte pontiaguda entrava na bundinha que mamãe passou talquinho, as hélices cortavam minhas pernas fora. E depois disso, gravaram, por diversão, meus braços sendo cortados pela mesma hélice e me liberaram.
Lembro de ter pensado que saí de um jeito muito bom, pois a outra possibilidade seria algum amigo meu doente que tivesse pago pelos vídeos ter me visto em um deles. Daí ele teria que alertar a polícia, minha família, e seria realmente vergonhoso. Mas eu poderia ter meus membros ainda.
Hoje, inventei uma história completamente diferente para estar desse jeito, sem braços ou pernas. Falei que foi sequestro e que resolveram me deixar assim quando descobriram que eu era pobre. No Rio de Janeiro é uma história bem viável. E escrevo essa história em um tablet, onde bato com a cabeça do meu pau em cada tecla, em um esforço absurdo para não errar. Mentira. Uso um canudo em minha boca e vou, tecla a tecla, escrevendo.
Essa minha história é bem maior. Poderia ter muito mais páginas. Mas falta-me paciência para escrever com a boca. Além do mais, falta-me tempo, pois boa parte dele passo pensando: será que o CumFiesta.com era tão cruel com as atrizes quanto o SeXXXtremeFuck.com foi comigo?
Embora meu pau, meu único membro que sobrou, consiga ter ereções normais, não consigo mais entrar em nenhum site pornográfico.
A empatia. Essa maldita empatia.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Coerências do machão

Pessoal acha que tudo que é LGBT é polêmico, não pode beijar na frente das crianças, blablabla...
Aí o cara é hétero, machão, vai votar no Bolsonaro e o caralho, faz propaganda contra novela que mostra beijo gay às 11 da noite, etc. Mas na hora que ele está entre amigos, ou as brincadeiras que ele ensina pro filho "sacanear uzamiguinhos" é:
- Chegar pro amigo e falar
"fala com meu pau na boca!"
"..."
"Iaaaaahhh! Engasgou"
ou
"eu não tô com..."
"Ahhhhhn... aprendeeeeu!"

- Gritar o amigo de longe, levantar os dedos indicadores e fazer um coraçãozinho no ar - que termina apontando para o próprio pau - e falar "iaaaaahhhhh! Vesgou!!!";
- Passar a mão na bunda do amigo ou fazer ele encostar no seu pau "de brincadeira";
- Usar rimas altamente homoeróticas pra zoar, tipo:
1) Zoeirão: - tava tentando lembrar aqui, aquele professor do tio Patinhas...
Zoado: - Prof Pardal!
Zoeirão: teu cu no meu pau! kkkkk;
2) Zoeirão: - Pô, meu pai me deu aquele dominó lá, mas não é de plástico... é de... de... aquilo que tem no corpo...
Zoado: - De osso!
Zoeirão: - Teu cu largo no meu pau grosso! Kkkkk
E a lista não acaba nunca, você sabe...
Aí o cara faz tudo isso, mas fala que beijo gay é desrespeito...
Deixa as pessoas e vai procurar coerência na vida, carai...