terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tudo é mais fácil com um carro e dinheiro

Crianças pintam o muro da escola de branco. Dia ensolarado. As crianças estão amuadas, tristes. Algumas choram. E olha que a palmatória foi abolida faz tempo... Será frescura?
Era apenas uma garota de saco cheio de tudo. Vivia como podia, com certa mordomia até, considerando as péssimas condições de vida da maioria da população: tinha casa, família, roupas, computador... enfim, não tinha do que reclamar. Mas reclamava. A vida era uma merda, as pessoas não a compreendiam. A maldita imperfeição humana era inadmissível para ela; por que nasceu humana? Por que nasceu, afinal?
Cristina se isolava a todo momento, mesmo em locais movimentados. Na escola, na rua, em shows; em qualquer lugar ela era vista sozinha. Usava fones de ouvido para que não puxassem assunto, e fingia-se drogada quando vinham falar com ela. Sabia de toda a falsidade das pessoas, não queria falar com gente chata, gente que só a elogia, querendo sempre alguma coisa em troca. Humanidade. Esse era o motivo de sua revolta.
Sabia dirigir desde os 12 anos, quando pegava o carro do pai emprestado para dar voltas no sítio em que a família passava as férias. Tinha agora 18. Resolveu que era hora de comprar um carro. Não tinha dinheiro (não tinha trabalho fixo, e muito menos ganhava mesada), mas resolveu fazer um esforço. Fez um concurso para a área da saúde, como técnica administrativa. Passou, e esperou ser chamada.
Cristina tinha então 19 anos quando foi chamada para o trabalho. O salário era de quase mil reais, e ficou apenas 6 meses. Era dinheiro suficiente para comprar o carro, e foda-se que era concursada; não pensava em estabilidade, pois sabia que a qualquer momento sua vida poderia ser interrompida com uma bala perdida, algum acidente, um assalto, o que fosse. Vivia seus impulsos, e largou o emprego, causando revolta em seus pais. Foi chamada de irresponsável, vagabunda, aproveitadora e muito mais. Não se aborreceu.
Comprou o carro. Um Verona, usado, que custou R$ 4.500,00. Pela primeira vez pensou num futuro, nem que fosse um breve futuro, mas pensou: tinha R$ 1.500,00 ainda, e poderia ver-se livre dos seus pais. Moraria no carro, e quando acabasse o dinheiro, usaria o veículo como local para fazer programa, onde conseguiria dinheiro para o dia seguinte, e assim viveria. Maravilha!
Enquanto pensava nesse brilhante futuro, sem a presença de diploma ou de pessoas constantes em sua vida, ou seja, a maior parte do tempo sozinha, distraiu-se, e não viu a pobre senhora que saía, com sua longa saia, do culto de sua igreja, agarrada firmemente à Bíblia. A senhora olhou para o Verona de Cristina, e sorriu, como se pedisse que parasse apenas por um momento para que ela pudesse atravessar. Desculpe, senhora, Deus não atendeu a sua prece! O carro de Cristina acertou a senhora em cheio, quebrando-lhe as pernas no impacto, e fazendo-a bater com a cabeça no vidro, deixando um vermelho vivo como pintura, e rolando carro acima, caindo na pista logo atrás.
Cristina por um momento parou. Um pequeno grupo de pessoas olhava para a cena, incluindo pessoas da igreja, chocadas com o que acabara de acontecer. Não se moviam, ninguém teve força. Cristina, um pouco assustada, pois o choque a fez parar de pensar em suas possibilidades com o carro, olhava pelo retrovisor, e via o corpo da velha. E, após uns 30 segundos, contando do momento do impacto, Cristina engata a ré, ajusta o volante um pouco para o lado e acelera. PLOOSH! A cabeça da velha foi esmagada. Cristina agora sorria levemente, e viu um grupo das pessoas da igreja partindo em direção a seu carro. Agora o sorriso ganhou vida, nem parecia aquela menina triste de antes. Ela engatou a primeira, acelerou fundo, e pouco depois engatou a segunda. Não, Cristina não fugia da cena do crime. Ela partia em direção a uma segunda: ia de encontro ao pessoal da igreja, que agora começavam a se separar, cada um para um lado. Umas três pessoas não pensaram tão rápido e tiveram seus corpos arrastados pelo carro, desfigurando-os completamente.
Cristina agora gargalhava, e entrou em uma das ruas. A velocidade era alta, e pessoas que andavam na beira da rua ou na ponta da calçada, todas eram atropeladas por ela. Algumas somente se feriam, eram arremessadas longe. Outras não tinham a mesma sorte e paravam onde caiam. Crianças saindo de aula, uma mulher com um carrinho de bebê, uma senhora de andador (não, infelizmente não passou nenhuma senhora de andador), pseudo-atletas que corriam com roupinhas de corredor, ou que andavam de bicicleta. Todos foram vítima da ensandecida Cristina.
Mas após 10 minutos de brincadeira, um carro de polícia apareceu ao longe, com as sirenes ligadas. Era a hora de parar. Se entregaria? Não, preferia morrer do que aguentar uma vida na prisão. Não aguentava sua vida, cheia de conforto, por que aguentaria uma vida na qual seria a escória? Acelerou, tinha que escolher rápido o último alvo. Já tinha massacrado algumas pessoas de igreja, o que mais faltava? Olhou ao redor. Não tinha mais igreja. Merda! O carro da polícia se aproximava. Viu um ponto de ônibus cheio de crianças, em frente a um grande muro de escola. Seria ali. Que não fosse para acabar com um bando de bosta, que ao menos fosse algo bem comentado. Matar crianças dá IBOPE! Acelerou. Passava já dos 110 quilômetros por hora quando o carro subitamente virou para a esquerda, em direção ao ponto, onde as crianças, até meio segundo atrás, vibravam de alegria com um carro acelerando.
Vinte e duas crianças foram atingidas pelo carro. Algumas foram esmagadas contra o muro, outras com o impacto, realizaram o infantil sonho de voar. Vinte e cinco mortes. O número de feridos só foi maior porque alguém, antes de subir no ônibus, havia jogado um cigarro aceso, que foi o que ocasionou a explosão, quando a gasolina do tanque se espalhou. Uma explosão. O fogo dava seu show, luzes naturais sempre são boas para os fotógrafos. Dois policiais que tentavam resgatar algumas crianças, as que estavam em melhores condições, tiveram sua experiência de cremação vivos. E Cristina, que odiava a idéia de funeral e ritos mórbido-religiosos, ficaria feliz ao saber que ninguém lamentava sua morte, o que certamente aconteceria em seu funeral. Só lamentaria não ter usado o carro como motel.
Mas tudo em nome de uma boa morte!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Tábua de impressão enfiada na cabeça!

Uma coisa que me deixou muito inquieto esses dias foi o fato de eu ter sonhado duas vezes com meus tios (Flávio e Elô, de Bauru), e como todo sonho, acontecer coisas muito bizarras. Ao mesmo tempo, peguei um livro do Jung no qual ele fala do simbolismo nos sonhos, o que me parece um desafio tentador de tentar explicar os meus sonhos. Mas não vou. Vou apenas narrá-los aqui, pois são de uma beleza poética indescritível. Vou fazer o possível para que vocês tentem imaginar as cenas.

Sonho 1:
Estou de frente para um imenso muro cinza, velho. Alguém me taca para o alto, e eu quase vôo, conseguindo passar da altura do muro. Permaneço mais tempo acima do muro do que a lei da gravidade no mundo real me permitiria, o que me faz ver uma outra construção, como se fosse uma torre de um castelo, também cinza escura, e velha, na qual, em sua janela, aparecem esses meus dois tios. Eles falam comigo, apontando para baixo, onde existe algo parecido com uma fralda de bebê, toda branca, e eles dizem algo como: Pega a maconha! Vai! Fuma!
Me sentindo impulsionado a isso, quando eu desci, estava em minha casa, mas não era nada parecida com a minha casa, embora no sonho eu sentisse que era minha casa. E pedi para que me tacassem de novo para cima. O lugar onde se encontrava a maconha era depois do muro que eu estava ficando acima, e tinha muito mato. Muito mesmo. Eis que alguém me tacou para cima de novo (não lembro de nada sobre a pessoa que me tacava para cima), e eu segurei no muro, e dessa vez, ao invés de ficar olhando apenas o lado de lá, e cair, eu fiquei em cima do muro, segurando, e pulei para o mato, onde se encontrava a fralda de maconha.
Caí no mato, e fui correndo, pegar aquele embrulho branco. Assim que peguei, dei a volta ao muro por baixo mesmo (sim, eu não precisava pular... eu só precisava desviar do muro... mas sonhos são sonhos...) e voltei para a minha casa. Em frente a uma porta, fiz um cigarro com a maconha usando papel higiênico, mas ficou muito torto, como se fosse um daqueles papéis onde velhinhos vendem amendoins: quase um cone. Quando eu ia arrumar, minha mãe chegou com meu primo, Júnior, e então eu disfarcei, com o papel higiênico na boca (?!?!?!) e botei a fralda de maconha (um troço enorme) no bolso de trás da bermuda, e entrei pra casa. Lá dentro enrolei o cigarro direito e não lembro de ter fumado. Não lembro de mais nada. Dizem que afeta a memória.. até em sonho???

Sonho 2
Eis que, no dia seguinte, ou dois dias depois, eu sonhei que estava em Bauru, em uma casa bonita, e muita gente estava lá. Esses meus dois tios estavam largadões no sofá, morgados, e eu cheguei e falei: "Caralho! Sonhei com vocês! Vocês me mandavam fumar maconha e eu tentava pular um muro... Muito louco!" E simplesmente só me lembro disso. Eu contando um sonho dentro de um sonho, em uma sala alaranjada, um sofá meio louco...
Enfim... sonho é muito foda.

No more tears... digo, words.

Pode ser que um dia isso venha a convencer a cabeça de uma borboleta, mas duvido que mangas conseguem nadar... Não acredito mesmo...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Perversão infantil

Peço desculpas às pessoas mais fracas, sensíveis, e essa porrada de eufemismo que tem para pessoas babacas. Mas hoje, o título corresponde exatamente ao que leremos aqui. Tinha escrito isso antes de mudar o título. Agora esqueça isso. Sim, eu poderia ter apagado, o que está escrito acima, mas preferi deixar. E mudei o título pois a graça é a revelação da mensagem que, para mim, está no nível supra-liminar, gritante; mas para outros, é subliminar. Eis a música, infantil, que ficou famosa na voz de alguma apresentadora loira, se não me engano:



"- Minhoca, minhoca, me dá uma beijoca!
- Não dou! não dou!
- Então eu vou roubar!
Smack, smack!!!
- Minhoco, minhoco você é mesmo louco
Você beijou errado, a boca é do outro lado!"



Nada de errado? Ok. Fora a idéia de que o homem pode roubar beijos mesmo, e, forçando a barra um pouquinho, mas nem tanto, dando a entender que um estupro seria uma brincadeira de criança, o que vem agora reforça essa minha segunda hipótese: o minhoco mandou uma lambida no cu da minhoca!

Meus caros, não estamos falando de um estupro ortodoxo, e sim de uma técnica pouco divulgada de lambida! Não, não é cunnilingus... Cunnilingus, embora tenha esse nome, refere-se ao sexo oral na mulher, sendo mais claro, a lambidelas na buceta.

E o minhoco mandou ver! "Foda-se que você não quer me dar um beijo... vou lamber seu cu!" Uma análise mais atenta mostra que essa música "inocente"´é, na verdade, um hino da subversão à moral e bons costumes: as minhocas são hermafroditas; ou seja, trata-se de um hermafrodita que se considera mais masculino lambendo o cu de um hermafrodita que se considera mais feminino.

É pessoal... temos que tomar conta do que nossas crianças ouvirão. Já pensou se eles se transformam em "pervertidos" sexuais, saudáveis e sem as repressões que nossos pais e avós?

O mundo viraria uma grande macarronada se fôssemos minhocas. E com muito molho branco...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ápice de Minhápica

Porra... tô num ócio criativo do caralho... Não que eu crie caralhos no meu tempo ocioso, e sim que eu acho que tenho tido muitas idéias ultimamente, que estou até com dificuldade de me focar em alguma.
Idéias para vídeos, para textos, personagens, fotos... Tudo vem ao mesmo tempo!
Tenho que aproveitar ao máximo isso, porque sei que o tempo tá acabando. Não, não creio que o acelerador de partículas vá detonar o mundo. Mas a gente envelhece, é obrigado a entrar no sistema ou ficar dando cabeçada na parede pelos nossos sonhos. Ou então quit.
Mas aí está nisso. Tô gostando dessa fase da minha vida, e espero que eu dê vazão a tudo.
Ah e não que eu acredite que tudo o que eu faço seja bom. Eu acho legal pra mim. Mas devido à confusão, tenho noção que muita coisa sai repetida. São meus Horla* da vida, mas que um dia eu junto tudo e resumo em um só.
Farei uma compilação dos modos mais legais de suicídio; uma compilação da SolidariedAIDS (que tá há anos pra sair do papel, mas não sai); compilação de letras de música sacaneadas, e por aí vai...

Só pra fechar, um pequeno e singelo poema.

Minha mania

Ando olhando a calçada
Não piso em rachadura
Não piso em divisórias.
Quando é piso branco e preto
Escolho uma das cores pra pisar
Pareço um doente quando o desenho é torto
Ando pra lá e pra cá, desvio da cor escolhida
Esbarro nas pessoas se for preciso
Mas sigo meu caminho

E tudo isso eu sei
É minha mania de perseguição
Eles me olham, me finjo de doido
Para não ser capturado.
Eles não podem saber o que se passa em mim
Tenho o poder
O controle remoto da Estamira
Sou bem mais forte que vocês.

Fiquem com cara de tacho
Porque Deus é onipresente
E ele está, nesse momento
Dentro do teu cu!
Palavras da Mestra.

Infernum Samambaiis - 20/09/2008

Boquete Case

Bom, do nada, bateu na minha cabeça uma das músicas que todo mundo conhece e sai assobiando por aí... e que eu gosto. Basket Case, do Green Day. E só então vi que tinha muito a ver comigo agora... tô meio desesperado, angustiado, totalmente fucking la buceta meu estado. Tá foda... tô bitolado com a monografia, aí qualquer merdinha eu fico mal prá caralho. "I am one of those melodramatic fools... neurotic to the bone (no doubt about it!)". Ocá... mas para não ser tão down usando palavras alheias, vim pensando na música no ônibus, e minha mente, percebendo que eu iria me expôr ao ridículo nesse blog, postando uma música, começou a trabalhar, sacaneando a letra... ae deu no que deu.
Temos aqui mais uma letra zoada para o lado do instindo animal do homem, o instinto mais maneirinho, o sexo! Então chega de lenga-lenga e vamos ao que interessa!
Vai a letra que eu inventei hoje e a letra original embaixo.
OBS: Da letra original, eu não iria procurar um garoto de programa como o Billy... mas foda-se... cada um com sua opção sexual.
OBS 2: Vocês poderão ver que meu inglês é tão pobre na matéria de sacanagem... comparem essa com a "I Wish I Had a Devil" lá embaixo...


Boquete Case

Do you have a time
To drink a glass of wine
I´ll spend my money but you got to get drunk
I am one of those
Who loves to get a fool
New chick that´s all alone
And just abuse it

Sometimes you like to suck my dick
Sometimes I like you to ride on me
It all keeps adding up
I think I'm already cumming
Would you like it in your boobs
Or in your tongue?

I want so much to lick
Your pussy and your clit
And show you that sex is something special
I will call you whore
And spank you with my cock
You´ll beg my semen and I´ll give it your throat down

Sometimes you like to suck my dick
Sometimes I like you to ride on me
It all keeps adding up
I think I'm already cumming
Would you like it in your boobs
Or in your tongue?

Take it in your throat
Then you get a cumshot!

Infernum Samambaiis - 18/09/2008

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Basket Case - Green Day

Do you have the time
To listen to me whine
About nothing and everything all at once
I am one of those
Melodramatic fools
Neurotic to the bone
No doubt about it

Sometimes I give myself the creeps
Sometimes my mind plays tricks on me
It all keeps adding up
I think I'm cracking up
Am I just paranoid
Or am I just stoned?

I went to a shrink
To analyze my dreams
She said it's lack of sex that's bringing me down
I went to a whore
He said my life's a bore
So quit my whining cause it's bringing him down

Sometimes I give myself the creeps
Sometimes my mind plays tricks on me
It all keeps adding up
I think I'm cracking up
Am I just paranoid
Or am I just stoned?

Grasping to control
So I better hold on

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Ouça o Ozzy...

Um dia o mundo se privou de um ser interessante. Isso aconteceu cerca de nove meses antes de nascer o personagem dessa história. É... e pensar que poderia ser qualquer um de milhões... E foi ele.
O tempo passa, e sua única façanha ainda é a de ter fecundado o óvulo. Mas por quê? Ele não gosta de ser especial... tem um medo terrível de se destacar por ser bom. E realmente, medo infundado; infelizmente não é comum psicólogos tratarem as pessoas dizendo a realidade, ou então ele já saberia que não passa de um merda. Lamentável...
Mas de uns tempos para cá, surpreendeu a muitos, e a si mesmo: alcançou pequenas conquistas, e combateu a vergonha de ser o autor. Sentiu-se feliz até, o que não gostou muito, pois sabia que logo, logo estaria novamente sendo apenas um ser anônimo, fugindo da multidão. Mas aproveitou seus segundos.
Cheio de projetos, via-se pela primeira vez na vida sem tempo para ficar se destruindo mentalmente; apenas construía.
Tudo ia bem, até perceber que perdia sua independência. Ahh... sua independência: a única coisa que realmente o deixava tranqüilo. Embora não fizesse planos, pois não sabia sequer se teria futuro, uma coisa tinha certeza: esses espiritualistas de merda, ao menos, reservam aos independentes como ele uma ilha isolada, além do céu e inferno, e que todos desprezam mais do que o inferno. A possibilidade de causar ódio aos que ficavam, em um sentido contrário ao endeusamento usual, fazia-lhe brotar um sorriso confiante, meio de lado, escondido.
Embora não acreditasse em planos espirituais, ficava feliz porque os outros acreditavam, e certamente seria unânime a opinião de que ele fora um grande burro e, conseqüentemente, dariam razão ao seu pensamento, de que seria bem melhor se outro viesse à vida, que não ele.
Entrava precocemente em uma crise de meia-idade; não agüentava mais estar com coisas boas, e nem arcar com responsabilidades. Foi ao supermercado e comprou uma garrafa de cachaça. Chegou em casa, abriu a geladeira: nada que o agradasse para uma boa refeição. Foi ao CD Player, colocou um CD do Radiohead e programou para repetir aquela que considerava a sua música: Creepy. Foi para o banheiro. Não... muito clichê. Voltou para a cozinha, deu com a garrafa na pia, quebrando-a em dois pedaços principais: um ficou em sua mão, a parte de cima da garrafa, e o segundo caiu no chão, partindo-se em diversos outros pedaços. Sorriu de lado, triunfante. Bateu delicadamente a parte de cima da garrafa, que estava em sua mão direita, para que se formassem cacos parecidos com seus caninos. Perfeito!
Não desistiu, porém, de deixar uma mensagem artística: após cravar a metade da garrafa em seu pescoço, perfurando-lhe a garganta, apertou os ferimentos com a mão esquerda e tentou desenhar, na parede, um boneco. Quando fazia a cabeça, os olhos turvaram-se e caiu no chão, formando uma bela poça de sangue, misturada às batatas, óleo de cozinha e cacos de vidro que estavam no chão.
Magnífico!

Infernum Samambaiis - 17/09/2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Hermético ou não...

Morte, dor... câncer!
Morte, dor... AIDS!
- Eu tenho câncer!
- Mas eu tenho AIDS!
- Você não tá me imitando,
mas tá seguindo a tendência...
- Do que 'cê tá falando?
- Você não tá me imitando,
mas tá seguindo a tendência...
- Você acha que ter AIDS é onda?
- Mas que burrice...

Hoje em dia ninguém morre de tuberculose,
Peste negra ou vontade de dar.
Tá todo mundo dando! Todo mundo dando!
E quando eu vejo, peguei câncer pelo microondas
Ou então pelo meu celular!
Eu tô ficando louco, e tá todo mundo dando.
Eu tô pegando câncer de irradiação astral...
É como uma punheta, um distúrbio da minha mente
Doentia, que sempre liga poesia com meu pau!

Tem gente comendo pizza... e nem me convidou
Vá se foder, sabe por quê?

Porque tá todo mundo dando!

Infernum Samambaiis 16/09/2008

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Essa de cima acabei de fazer no banheiro... obviamente que era uma coisa, virou outra do tempo que botei minha roupa, li um pouco do livro sobre religiões primitivas e passei pra cá... mas a essência está aí.
Essa que vou postar embaixo, fiz esse ano, no ônibus, e ficou escrita em um papel jogado na minha mochila. Passo agora para esse blog e sequer sei a data. Foi ago entre maio e agosto. A memória vai bem, obrigado. Lá vai...

Ateísmo, canibalismo, constituição de família
Orgias, consumos de drogas ilícitas, ordem na delegacia
Troca de casais, homicídio, pão de cada dia
Homossexualismo, suicídio em massa, festa e alegria.

Infernum Samambaiis - outono/inverno de 2008
E o pulso, ainda pulsa... hehe zoeira. A intenção é oposta.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Freud me dá maconha como remédio

Já não tenho mais nada
Prá dizer a você
Relaxa e goza, quem sabe...
Depois um cachorro-quente
Desses de rua, com tempero de sujeira
Infelizmente meu organismo é resistente
Eu só como em lugar tosco
E nunca tive botulismo
Palavra que lembra bucólico
É estranho, triste, bonito
Se fosse feio, me descreveria.

Quem sabe se eu tiver objetivos
Não penso mais nisso.
Quanto mais feliz eu fico,
Mais forte é a tristeza na seqüência.

Nascido para a vida mediana.

Rambo to the Lions!

Post atrasado pra cacete. Mas enfim.
Sexta-feira passada vi Rambo IV. Problema: Não gosto de Rambo; esse negócio de norte-americano que vai e vinga o país pela perda no Vietnã, é foda... um homem sozinho elimina um exército inteiro; para acabar com meio exército, ele usa só uma faquinha... para o resto ele usa uma metralhadora. E não morre!
Mas tinha muita gente (um primo de algum grau e meu cunhado) no meu ouvido falando que estava muito sanguinolento, cenas fodonas... então bah... vamos ver.
Ca-ra-lhou! Que sexta-feira perdida. Sentei o rabo pra ver cenas de sangue (mesmo sabendo que por causa da ideologia, provavelmente iam me desagradar muito), mas o que vi foi um banho de vinho (o sangue de Cristo, sacou?)! Cara, o cristômetro (ferramenta utilizada para medir o nível de cristandade das coisas) não parava de apitar. Além do mais, o filme, dirigido pelo próprio Stallone, era uma massagem fálica para ele. Sério! Vamos lá.
O filme começa com o Rambo morando na PQP oriental, pegando cobra (hmmm deixou escapar o ladinho que ele tanto quer esconder) para sobreviver. Mas aí uma caravana de missionários (sabe aqueles filhos da puta de crentes que vão domingo na sua casa passar a palavra do senhor com "S" maiúsculo? Eles...) o procura para levá-los, de barco, até uma aldeia onde eles vão fazer essa merda. O negócio é que a aldeia está em guerra, e Rambo diz que não vai, para o missionário que tenta convencê-lo. Após a negativa, a mulherzinha do missionário vai e tenta convencê-lo, utilizando táticas femininas. Depois de ir até ele mais tarde, consegue, e daí pra frente, fica numa lenga-lenga de Rambo se finge de durão, e a mulherzinha dá mole para ele na frente do marido. E Rambo não abre a boca pra falar nada.
A mulherzinha dá para ele um crucifixo, e aí começou meu problema com o filme: até então, Rambo ia deixar os missionários numa guerra, ótimo! Tomara que todos morram e o mundo fica mais feliz sem pessoas para bater no meu portão e me dar um papelzinho.
Maaaaaaaaaaas (e tudo tem um mas), um mês depois um pastor procura Rambo. Ele tem que levar mercenários para resgatar os crentes. PQP. Segundo erro do Rambo (o primeiro foi aceitar o crucifixo): não deixar que os missionários morram! Mas tudo isso, ele faz, óbvio, pensando em comer una panocha very wet! E ele, com a cara de quem não liga, tá louco pela crente. Aí vai.
Olha, é uma bosta daí pra frente. Rambo se mete com os mercenários, entra na aldeia, um dos cristãos representa o mártir, sendo jogado (crucificado, bom lembrar) para os porcos (uma analogia aos orientais, provavelmente). Christians to the lions passou a ser Christian to the Pigs. Tá.. pelo lado simbólico detestei a cena. Mas ver o missionário sem as pernas, sendo comido por porcos, me satisfez: era tudo o que eu queria fazer com os filhos da puta que me acordam pra me entregar um papel!!! Uau! Hehe
E me perdi, mas sei que toda hora, ele, dando uma de oblivious, deixava a mulherzinha louca pelos seus músculos. Ele fez o filme só pra saciar o ego, cara... certeza! E ele se sacrifica pela mulher, salva o marido dela, e no fim, ela nem tá mais aí pra ele. Ou seja, ele mostra que mesmo as mulheres se insinuando pra ele... opa... quer dizer.. será que aquela mensagem de pegar cobra não era tão subliminar assim? Ué.. a mulher se insinua pra ele, mas ele não pega a mulher... fica indiferente... é.. pode ser.

É fica aí a mensagem: Fags of all the world: Join the Army, and the Army joins you!

Ah cara... Rambo IV, um filme cristão e pro Stallone achar que pega mulher. E pra falar mal dos orientais, mais uma vez.