segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ócio criativo (reprimido!)

Estou aqui para fazer uma denúncia! Uma denúncia contra a hipocrisia! Uma denúncia contra os defensores da moral e dos bons costumes! Uma denúncia contra os hipócritas defensores da moral e dos bons costumes, que não seguem o que eles mesmos pregam! Uma denúncia contra o falso amor! Uma denúncia contra o falso amor defendido pelos hipócritas defensores da moral e dos bons costumes!
Estou em greve! Nada a ver com os hipócritas acima, e sim com o meu trabalho. Isso permite-me utilizar o tempo que geralmente seria gasto com alguma coisa inútil, com coisas mais úteis, agradáveis e bonitas. O tempo em que eu sou apenas uma máquina a serviço do governo, passo a usar para fazer coisas, gastar o MEU TEMPO fazendo coisas que eu acho legais! Gastar o meu tempo fazendo coisas que eu acho legais, e como eu ganho dinheiro com o trabalho inútil, posso DAR essas coisas para as pessoas que eu GOSTO (Parêntese sempre necessário quando se usa a palavra dar, principalmente se em caixa alta: o cu, NÃO DOU NEM FODENDO!)!
Pois utilizando-se desse ócio criativo permitido à minha pessoa, peguei minhas colas coloridas e as colas coloridas que desenham em alto relevo e fiz alguns cartões, inclusive um deles meu priminho, de 4 anos, falou que usaria para ganhar de volta a namorada, que perdeu para um amiguinho de turma (acho muito nonsense isso, aos 4 anos... mas é a geração Z, né?). E também fiz um belo cartão 3 D, literalmente foda. Sim, era pornográfico. Era não, é, pois encontra-se ainda inteiro. Entreguei-o, pois, à pessoa com quem eu tenho tal intimidade fodesca, a qual adorou o cartão, reconheceu nele o trabalho gasto para fazer, curtiu no facebook (mentira, mas ela curtiu, ficou embasbacada na hora, olhando "a obra" - puta merda, teria que ter feito colcheia, pois aqui entra outro parêntese: lembrei da faculdade, primeiro período, quando fiz um trabalho pornográfico e o professor chamou de "a obra"; acho que "a obra" pejorativo, pega bem para meus trabalhos) e reconheceu que eu surpreendo com essas coisas, no lugar de entrar numa merda de lojas americanas da vida e comprar um cartão engraçadinho, fazendo com que meus sentimentos sejam industrializados, tão iguais às milhões de pessoas que compram os mesmos cartões (ok, isso é divagação minha, mas acho que de modo simplificado, isso passou pela cabeça dela).
Para encurtar a história, que trata-se de um desabafo, não um conto, nem um romance, nem uma poesia, embora eu seja mesmo é poeteiro de mão cheia, mas faço apenas para mim!, o cartão foi visto por quem não devia (e a culpa nem foi minha, nem da minha cachacinha, já que no cartão estava escrito, bem grande: LU, e o nome da pessoa que não deveria, mas viu, não começa com L, sequer tem a letra no nome...), e começou a desenrolar-se todo um questionamento de sexo, casamento, drogas e rock n' roll (haha, quem dera!). Mentira... praticamente sexo, casamento, vulgaridade, isso é certo, aquilo errado, patati patatá.
Caralho, por que no lugar de ver que o autor do cartão realmente sente algo verdadeiro em relação a quem o cartão foi dado (a tal da LU), já que foi feito artesanalmente, pensando na pessoa, é ÚNICO, deu trabalho, etc., as pessoas só vêem como: "só quer usar a menina", "casamento quando sai?", e essas merdas que NÃO LEVAM e NUNCA LEVARAM ninguém a lugar nenhum?
Sério, que casal você vê que uma pessoa pensa na outra, compra presente para quem gosta, pensando na pessoa, passa seu tempo com as pessoas que, como todo hipócrita, abusa do verbo "amar" para falar delas? Obviamente o que as pessoas querem são pessoas que usam "eu te amo" mil vezes por dia para uma pessoa, e mesmo assim tem a cara de pau de traí-la (mesmo hoje, quando temos milhões de possibilidades para não trair uma pessoa, relacionamento aberto, swing, etc.. Por que enganar?); o ideal é, para poupar seu tempo valiosíssimo, dar dinheiro (um valor alto de preferência) para terceiros comprarem um presente que combine com a pessoa "amada" (que avaliará o presente de acordo com o número de dígitos do preço). Pessoas que agem como agente duplo, com a missão de destruir a instituição matrimonial através de seus atos, mostrando que não existe casamento monogâmico que dê certo, e ao mesmo tempo, são absolutos defensores da mesma, para fazer bonito socialmente. Esse é o ideal de namorado(a) / marido / esposa perfeito(a) em nossa sociedade, e obviamente, isso o que se deseja a um(a) filho(a).
Sério, sou completamente CONTRA casamento (e quando digo isso, é a instituição do casamento tradicional, aliança, igreja - sem comentários -, cerimônia, arroz, etc.), acho que seus símbolos estão tão desgastados, e me envergonho só de pensar que alguém ainda acredite em algum significado nisso, que significa AMOR (palavra tão banalizada nas vidas das pessoas). Casamento hoje faz parte da indústria: cada um é um bonequinho, e o bonequinho macho precisa achar a bonequinha fêmea que vai enganar para o resto da vida. E vice-versa. E vocês terão que comprar presente um para o outro apenas em datas que vocês estipularem (sim, presentes caros, ok? Não me venha com algo inútil que você fez... vale mais quanto mais caro for!), fora as de apelo comercial geral (dia dos namorados, dia dos casados, dia da mulher, dia do macho comedor de cu, etc). Se não dão a mínima para com quem casaram, foda-se: pede para alguém comprar o presente dessa pessoa! Ela nem vai saber que você prefere mil vezes ver o seu lado do que gastar dez minutos procurando algo para fazê-la feliz!
Então termino aqui a minha denúncia confusa, defendendo-me: sou pornográfico, sou vulgar, anti-casamento, anti-cristão, meio perturbado das idéias, mas apesar de tudo, considero-me romântico... PRA CARALHO!!

P.S. 1: Embora eu seja mesmo é romântico para BUCETA, mas nada bate essa expressão acima para demonstrar intensidade...

P.S 2: Correção, agora os gays também podem enganar alguém oficialmente, logo, a parte do bonequinho macho encontrando a bonequinha fêmea não está totalmente correta segundo a legislação brasileira atual.