domingo, 30 de agosto de 2015

Isso me deixa triste

Meu grande sonho
É também das grandes dores:
Queria encher o mundo todo de poesia!

Mas pra falar de bucetas,
Escrevem de  flores;
E eu quero escrever sobre necrofilia.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Crônica carioca - Vicente de Carvalho

Exatamente meia-noite. Desci do metrô em Vicente de Carvalho; não valia mais a pena pegar o BRT, que só tinha parador e me deixava longe pra caralho de casa, sem qualquer opção de ônibus para pegar, ou seja, teria que caminhar uns bons 20 minutos na madruga do subúrbio. Já fiz muito, até preferia, antigamente, mas sei lá... Vou de 940. Demora, dá uma volta infeliz, mas me deixa na porta de casa. Beleza.
Desci a rampa rumo ao ponto do 940. Da meia dúzia de degrauzinhos que separam a rampa da calçada onde fica o ponto, avistei no meu futuro caminho algo rasteiro que se movimentava de forma muito rápida. Seria o vento espalhando algo pela calçada? Forcei a vista. Míope, de noite, enxergo quase tanto quanto um cego de dia. Forcei mais a vista. BUCETÓFILIS! Parecia um rato gigante. Forcei mais ainda a vista. CARALHÔU VOADOR! Parecia MESMO um rato gigante, e ERA um rato gigante, mas não qualquer rato gigante: era o Mestre Splinter! Olhei de novo. Pooooorra, tenho certeza que era o Mestre Splinter!
Olhei pro Mestre Splinter e continuei descendo os degraus. Cheguei à calçada. Eu pensei: eu sou uma Tartaruga Ninja? Não, eu não sou uma Tartaruga Ninja. Embora eu brincasse, quando estava no pré, com meus 6 anos, de que eu era uma Tartaruga Ninja, o que me causou um trauma de infância: eu queria ser o Leonardo, que era minha Tartaruga Ninja preferida, mas eu tinha um amiguinho que o puto se chamava Leonardo, o que acabava com minha reclamação de querer ser o Leonardo com o simples argumento de que ele se chamava Leonardo, logo, era óbvio que Leonardo era ele. E ele ainda tentava ser gente fina, e fala "mas você pode ser o Donatelo, aí eu que tenho que pagar pizza pra você!". Óbvio que eu era gordo e pela frustração de não poder ser o Leonardo, pedia três mil pizzas para falir ele. Óbvio que o dinheiro e a pizza eram imaginários, o que nunca satisfazia minha raiva, porque ele pagava sem nem se importar de estar pagando (com vento). Enfim, por um bom tempo da vida fiquei puto por me chamar Fabiano, e não Leonardo. Mas passou, voltemos ao Mestre Splinter.
Olhei para o Mestre Splinter, e pensei: eu sou uma Tartaruga Ninja? Não, eu não sou uma Tartaruga Ninja. Logo, o Mestre Splinter não é meu amigo. Caralho, se esse rato gigante é amigo de tartarugas ninjas gigantes, e não é meu amigo, se ele for meu inimigo, fodeu! Ainda mais que meu cabelo está preso em cima e solto em baixo, o que me deixa com um cabelo na forma de um capacete samurai, pode fazer ele me confundir com o Destruidor. Está de noite, ele não deve estar enxergando bem também... e agora?
De repente, o Mestre Splinter, que estava entretido com um pacote vazio de biscoito Globo que algum porco jogou na rua, virou-se para mim. Encarou-me com um semblante preocupado. Eu encarei-o de volta, provocando mesmo, inclinei o rosto para cima e fiz cara de mau. De nada adiantou. Ele começou a avançar para cima de mim. Tive pouco tempo para pensar no que poderia fazer. Lembro de passar trechos de minha vida na minha cabeça, lembro de olhar para os lados para ver se as Tartarugas Ninja estavam por lá, qualquer um, para eu desenrolar... neca! E o Mestre Splinter se aproximando a uma velocidade indizível! Não pude nem pensar. Saquei da minha botinha no pé direito e mandei-lhe um bico monstruoso! Mestre Splinter ricocheteou na grade do Atacadão. Ouvi barulhos. Pensei: fudeu! Leonardo e companhia tão chegando! Fudeu! Fudeu (porque ninguém pensa ou fala "fodeu", ao menos não quando fudeu mesmo; se falou ou pensou "fodeu", tá tranqüilo demais...)!
Bom, sei que 940 é o caralho! Olhei em volta rapidamente, atrás de mim, em cima da rampa também, pra ver se as Tartarugas tavam vindo, não vi ninguém. Corri pra BRT, com o cu trancado, olhando em volta o tempo todo e peguei o primeiro que passou. CHEIO DE MEDO. Só quem cresceu vendo sabe o poder de destruição desses bichos quando querem vingar o mestre deles pode entender...

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Ele é o Senhor do Universo

Festa de família. Cinqüenta empadinhas de entrada. A tia chama a atenção para um aviso:
"Olha gente, eu não fui ao mercado, então só tinham duas azeitonas em casa... Esse ano só duas empadinhas tão premiadas...".
Foda-se, odeio azeitonas. Acho uma beleza poder dar aquela dentada sem medo. Odeio azeitonas. É pare da minha identidade, assim como não acredito em religião alguma, assim como gosto de "róqui paulêra", assim como...
Puta que pariu. Sabe a parte das religiões? Eu menti. Creio em ti, maldito Murphy, senhor do universo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sacrofanação

Cada milímetro percorrido
Na busca extrema do profano
Torna-se contraditoriamente
Sagrado, logicamente insano.

A antirreligiosidade vira
Êxtase sensorial
Tal mãozada na virilha;
Ou bucetada no pau.

Não creio em mitos exceto
Pra'cabar qüessa bosta:
É pau no cu do divino
(Como o Diabo gosta!)

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Fuckmentary

Outro dia estava divagando sobre fakementary (ou mockmentary), e me veio na cabeça "Fuckmentary" (acho que veio primeiro pela cabeça de baixo, depois chegou na de cima... não cresci mentalmente, continuo como uma criança de dez anos que vê sexualidade em tudo...).
Fuckmentary, um misto de documentário com sexo... quase uma gourmetização da sex tape. Mas aí, o que era apenas uma piada passageira, levou um empurrãozinho, pedindo desenvolvimento da idéia. E óbvio, coisa boa não saiu, continua uma piadinha passageira, mas agora tem mais linhas. Lanço agora o Manifesto dos Fuckmentaries por aí!

- Um Fuckmentary não pode ser utilizado para abusar ou explorar a imagem de outras pessoas. Ele é mais que imagem, e tem que ter o consentimento (porque autorização é burocracia!) de todos os envolvidos.
- O Fuckmentary é qualquer experiência tatilaudiovisual (ou  tatiláudio para cegos, ou  tatilvisual para os surdos) sexual, e pode ser gravado apenas na mente, sem mídias digitais ou analógicas.
- No Fuckmentary é importante saber explorar não a linguagem, mas as linguadas audiovisuais; e saber explorar o digital também, e se com consentimento, o analógico!
- O Fuckmentary não é um documentário. Não visa necessariamente o registro. Mas é importante que, se houver o registro, que seja algo fora dos padrões dos filmes pornôs, visando ser o mais real possível, embora todos saibamos que, com uma câmera na frente, todos mudam.

Resumindo, pegue seu(ua/eus/uas) parceiro(a/os/as) e vá transar sem ficar se preocupando em filmar e atuar nessa merda!
A não ser que você queira explorar o meio audiovisual com  seu(ua/eus/uas) parceiro(a/os/as), transe e converse, e beba, e viva.

Assim a gente fica sabendo o que funciona ou não como idéia... Essa não funciona.