domingo, 22 de novembro de 2009

Mágico de Oz

Pela primeira vez na vida vi "O Mágico de Oz", o filme de 1939 com a Judy Garland. Enfim, só posso tirar uma conclusão: vivemos todos na terra de Oz.
Parece ridículo o final do filme, onde para garantir a coragem do Leão, o coração do Homem de Lata, e o cérebro do Espantalho, tudo o que o Mágico fez foi dar comprovantes que oficializavam aquilo. É risível, e tanto que ousei fazer uma piadinha na hora em que o Espantalho pede o seu cérebro, e o Mágico diz apenas que o que ele precisa é de um diploma de Universidade: "E foi assim que surgiu a Estácio" - disse eu, no meio de duas pessoas que fizeram / fazem a dita universidade. Mas foi muito explícito e sem pensar. Na verdade, todos nós buscamos isso, damos um valor imenso que reforça essa sociedade de merda em que vivemos.
E é essa crença no "Oficial" que nos tira a vida. Não buscamos amar e ser felizes com uma outra pessoa: buscamos a assinatura que comprava que a outra pessoa nos ama (e nos é fiel), diante da sociedade. Muitas vezes essa promessa passa longe da verdade, mas ao menos está escrita, e vale mais do que a palavra de uma pessoa para outra.
E é engraçado perceber que embora os personagens do filme mostrem uma vez as qualidades pelas quais o Mágico lhes dá os certificados, estes servem exatamente para aumentar a auto-estima deles, fazendo-os conviver com seus fracassos. E acho que tem gente, me incluo nisso, que corre atrás de certificados bons para desviar do fracasso que é sua vida. Gente que no boca-a-boca é unanimemente um merda, mas busca se esconder atrás de papéis medíocres de uma sociedade escrota, para se defender.
Sim, tenho um orgulho de dizer que estudei em um dos cursos mais concorridos da UFRJ; passei em três concursos públicos, e acho que no terceiro devo assumir o cargo; corro sempre atrás de cultura para saber um pouco de tudo, e passo a saber de tudo um nada. Isso para esconder a pessoa desprezível, porca, escrota, feia, sem-graça, incoerente, ridícula, ruim em vários sentidos, mentirosa, boba, chata e gorda que sou. Está no feminino porque eu falei "pessoa" que sou, porra. Animal, não sabe ler. Deve ter se formado em alguma faculdade particular. Seu merda.
E é comum a agressividade contra pessoas felizes que não têm a necessidade de se esconder atrás de títulos.

Eu acho...

P.S.: Acabo de receber mais um indício de que estou certo a meu sentido.