Você é um porco
E viaja no ônibus cheio
Preocupado com a sua filha
Que só se alimenta de porra alheia
Nos últimos meses.
Não come, não dorme
Só trepa e engole
E isso te preocupa.
Mas você já estuprou-a
Devia estar satisfeito
E não possessivo.
O seu suor está fedendo a urina
E a sua calça está quente;
É possível mijar pelos poros cutâneos
Ou isso é intra-fantasia?
É quando você pensa em comemorar
E pegar aquele bolo branco
Em cima da mesa há anos
E ao cortar com a faca,
O objeto inanimado
Ganha vida:
Linhas brancas, brilhantes
Se mexem e o bolo desmorona:
São vermes! Explêndido bolo!
Com uma colher você leva
A primeira leva de bolo
À boca, e você nota os pontinhos pretos
Pela primeira vez.
Eles se movem em sua boca
Sua língua delicia-se com o andar
Dos pequenos seres vistosos
Não arranham a garganta
Descem em movimentos suaves
Vivem em seu organismo.
Eu adoro bolo de verme
Imageticamente
Ou gustativamente
É o manjar dos infernos
Que sempre quis
Para minha
Carruagem.
ROBOTS 5.2 : 1985-1989
Há 2 meses
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