segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Rio Water Planet

Sábado ensolarado, tava de bobeira no Rio Water Planet. "Ora, ninguém fica de bobeira no Rio Water Planet", pensarei eu, leitor único e fiel desse blog, quando, anos depois, reler esse texto, totalmente esquecido do que se trata. Mas o negócio é que eu achei que estava de bobeira, mas eu fui na piscina... Numas descidas lá de tobogã... Ok, pouco o suficiente para me achar "tava de bobeira", até que avistei-a. Era uma mulher. Não, o que me chamou a atenção não foi seu biquini sensual, nem sua marquinha, nem sua bunda ou peitos; foi o hábito que ela usava. Sim, uma porra de uma freira, com hábito, no Rio Water Planet. Sentada. Fazendo tricô. Caralho, pensei, ela sim está de bobeira aqui. Ela sim deveria estar em casa, na igreja, na puta que o pariu, mas não aqui. Dissonante, intrigante. Olhei durante uns dois minutos, hipnotizado, para aquela mulher, num calor infernal, cercada de águas, mas em um hábito longo e enclausurador, tricotando, sentada em uma mesa. Ela não me viu, concentrada que estava em suas tarefas. Comentei com Luciana, que riu, mas estava mais querendo aproveitar as águas do que ficar intrigada com um pensamento que me perseguiria por dias: o que faz uma freira no Rio Water Planet?", além da óbvia resposta, tricotar.
Fui para a água, passei mais alguns momentos me refrescando. Quando voltei à mesa, a freira agora estava dobrando papéis. Muitos papéis. Ela dobrava-os ao meio. Fiquei parado por mais alguns momentos olhando aquilo. Por que isso?
Só queria dizer que eu não estava de bobeira no Rio Water Planet. Eu estava me divertindo moderadamente. Aquela freira, sim, estava de bobeira.

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