terça-feira, 4 de agosto de 2009

Inspiração de volta

Acordo e estou dormindo quando acabei de acordar. Parece óbvio, mas para mim não é, ao menos não quando acabei de acordar. Acordei na posição fetal, meio de lado, com os joelhos dobrados e braços igualmente dobrados em direção ao rosto, como um lango lango. Não me para de vir à cabeça que nessa posição poderia prender uma espingarda entre minhas pernas e colocar seu cano embaixo de meu queixo, no pescoço, e puxar o gatilho e estourar minha cabeça. Talvez seria melhor do que acordar. Mas não tenho uma espingarda, portanto, sonho adiado, levanto e vou à luta.
A Cláudia Leite (ou Cláudya Leitte ou Cláwddya Leytte, ou seja a puta que pariu que for) faz uma propaganda no outdoor... sobre leite materno. Ou leitte materno, ou leytte matterno, foda-se. E eu me pergunto: mas quem não gostaria de mamar na Cláudia Leite (ou suas variações)? Se o bebê não quiser, vai no Largo da Carioca e terá milhares de marmanjos virando bebês. Contanto que ela não cante uma canção de ninar axezeira, dando só o peito, tá beleza. Mas e o coitado do Uoshinton Uélinton, que tem que mamar em sua mãe, que não é um exemplo de beleza? A campanha para ele não ser desmamado ninguém faz, né?
Beleza. Chego ao curral. Estou perdido. Não sei o que fazer com esses porcos, que brincam e se jogam na lama o tempo todo, e parecem comigo quando estou arrotando. Sorrio, faço cara de abobado e observo-os brincar. O dono chega com uma espingarda. Pede que eu mate um porco. Eu peço para ele esperar acabar a brincadeira. O que ouço é um: "Ara, muleque! Deixa que eu faço então!" E ele vem para cima de mim, tentar tomar a espingarda que há pouco me deu. Eu luto e atiro contra a barriga dele. Assisto-o morrer na minha frente. Os porcos param de brincar por causa do tiro. Peço que ignorem o barulho, me desculpo, e peço que continuem. Eles me olham feio. Mato os três porcos que me encaravam. O curral agora mistura lama e sangue.
Pulo na lama misturada com sangue, feito um porco, e depois fico deitado, com a espingarda em mãos. Deito na posição fetal. Coloco a espingarda entre as pernas e encosto o cano em meu queixo.
A lama agora parece uma mistura de lama, sangue e cérebro.
Uma pena eu não poder mais desfrutar dessa paisagem.

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