terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Língua estrangeira

Há uma língua estranha
(Se puderes, evite)
Apontada como emudecedora

Que no entanto tem sua
Própria gramática
P'rá alma errática
Ser  vil consoladora

Poucas palavras fazem
Parte dessa tal língua,
Os atos são o que a torna robusta

Desespero urro tiro
Vocabulário banal
O verbete principal
Suicídio; Angústia.

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 Agora texto que deu origem à poesia não-poesia.

A angústia é uma língua com vocabulário próprio. Não importa quantos idiomas a pessoa angustiada domine; não importa o quão conhecedora ela seja de línguas. A angústia a faz perder a capacidade de expressar-se através de palavras. Dialetos esquecidos, línguas mortas, língua nativa; nada consegue descrever de forma tão perfeita os tormentos. A angústia é independente nesse caso, tem sua prórpia língua, feita em sua maior parte de atos. Esses sim, expressam indubitavelmente a angústia: unhas roídas, olhares nervosos distribuídos para todos os lados, olhar fixo no nada (gazeing), isolamento.
Poucos compreendem. Como ajudar alguém quando não se compreende o que a pessoa está dizendo?
Deveria ser mais estudada...

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