quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Lambidelas

I.
Desde muito cedo
Fui várias vezes seduzido.
Aquele corpinho arredondado,
Coberto de um vermelho tesudo
Mesmo sem mostrar nada
Deixava-me tarado
Por o que estava guardado.

Eu olhava fixamente
Desejando a parte rosada
Eu não tinha fome
Mas a gula me tentava.

Parecia que a vontade
Quanto mais em mim crescia
Afastava de meus lábios
Pra mais longe essa delícia...

II.
Tempos depois do poema acima, uma caiu-me nas mãos. Não sabia o que fazer, tentava controlar a situação, mas é difícil, quando você deseja por tanto tempo algo. A ansiedade batia à porta, mas eu precisava manter a calma para não estragar aquela experiência. Continuava como eu a desejava: a roupa pode ter mudado, o vermelho não era mais tão vivo, ou pode ser apenas o meu defeito de fábrica, que não sabe nada de cor. Enfim, só sei que fui com sede ao pote, literalmente, e após uma manobra com o dedo para abrir levemente, o que eu vi parecia brilhar. Fiquei confuso, feliz, e naquele êxtase de quem conseguiu achar o que queria, larguei as boas maneiras de lado e caí com a língua naquela concavidade! Que delícia! Textura e gosto muito bons, não dava vontade de parar de lamber! "E tem gente que perde tempo com textura e sabor e cheiro de vinho...", pensava eu, enquanto a língua estava a toda. Queria me afundar naquele potinho... E não acabava o líquido... e eu continuava, continuava... sei que sobrou um pouquinho, e tive que usar o dedo para saciar-me.
Estou de parabéns, acabei com todo o iogurte (o que você pensou que era?).

---------------------------------

Essa BABAQUICE toda, só pra eu externar um pensamento:
"Buceta deve ser lambida como tampa de pote de iogurte: com vontade, sem precisar que alguém peça, muito menos sentindo a obrigação de fazer. Não tem coisa melhor pra lamber na vida. Digo, essas duas coisas... tampa de iogurte e buceta, estendendo-se às áreas conexas."

Nenhum comentário: