sábado, 12 de abril de 2014

Aqui nessa sala...

Tem que ser aqui nessa sala...
Você alegre, zangada, diabólica, deformada.
Vai ser aqui nessa sala...
De todos os jeitos que puder, até o choque neon chegar.
Foi aqui nessa sala...
Tudo o que já aconteceu, o turbilhão vem junto com o agora.
Tinha que ser aqui nessa sala...
Mas se não foi, foda-se, tá sendo agora, mas tem que ser aqui nessa sala.

Você é o demônio que tá comandando...
Minha Luci...fer? Luci... ana?
Foda-se. Você tá comandando (embora fisicamente, eu comande).

Minha demônia, coiote,
Salivas, odores, suor,
A lua nos ilumina enquanto nos entrelaçamos
Uivando? Fodendo? Beijando? Acariciando?
Certamente algo animalesco, um entrelaçamento no cio
A luz da lua do deserto e...

A LUZ DA JANELA DA PORTA
Ela fecha um portal.
Somem diabas, coiotes, lua.
Avó.
Sua avó.
Sua avó.
Shhhh...
Shh...

A luz se apaga.
Volta um altar de sacrifício.
Aquela sala. Tudo tem que ser aqui na sala.
Sem luz. A luz só do fogo do inferno que é a sua sala.
Seu rosto distorcido, belo, deformado, demoníaco.
Belo.

Te beijo. Te amo.
Te como. Te fodo.
O mais doloroso e o mais prazeroso.
Misturados.

Inferno quer dizer Bem.
Ser do Bem.
Entendi Aleister Crowley, Led Zeppellin,
Page e Plant. Entendi isso olhando a sua sala.
SLAYER
HELL AWAITS.
Pingando suor. Sem ventilador. Sem luz.
Colocar Hell Awaits na TV; ligo a TV:
ZOOOOIAAAIIIMMMMMMMOAAZUUUUUUU
Desligo a TV, não pode ser a TV, a TV não tá na parede infernal.
Apenas computador. Mão suja de porra no computador.
Computador na parede infernal. Youtube. Slayer Hell Awaits.
Rola uma vez.
Suor, pingando da testa. Eu em frente à parede infernal, prestando homenagem.
Você, minha demônia, sai do banho, pede para abaixar a música.
Me deu um banho de água fria sem jogar água em mim.
Tento voltar pro início, baixinho, rola a música inteira, mas não estou feliz.
Você me pediu para abaixar o volume no meio... não deu.
Na tela, Google Images gigante do Hell Awaits, um zoom na capa.
Só mostra HELL AWAITS e Cristo decapitado por um demônio.
As cores pulam, passam de laranja, amarelo a um vermelho vivo, sangue pulsando no canto.
Me assusto com aquilo naquela capa.
O corte no zoom foi instintivo. Algo me mandava olhar pra aquilo.
O sangue pulsava vivo.
O amarelo, laranja e vermelho se alternavam. Eu sabia.
O fogo do inferno está aí nessa parada.
Tinha que ser nessa sala!
Vai ser nessa sala!
As cores vão se alternando, e eu boto a música do início novamente, alta.
Peço que escute até o fim e vou regendo o pedal da bateria.
Pedal duplo!
Agora pratadas!
TX TX TX TX!
Tà vendo? O Terno do Zé!
HELL AWAITS = O TERNO DO ZÉ!
TX TX TX, eu sabia! Tá tudo interligado!
Teu irmão tava certo em escolher essa música pro Thrash Star.
Eu mandei TX TX TX no bloco de notas que eu tinha da música!
Era isso! Hell Awaits, Thrash Star, O Terno do Zé.
As pratadas de Hell Awaits, O Terno do Zé, a sua sala!
Tinha que ser a sua sala!

O MEU INFERNO É A SUA SALA!
E EU ME SINTO TÃO VIVO E TÃO BEM AQUI AO SEU LADO!!!

FOI NESSA SALA!

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