terça-feira, 23 de março de 2010

O funcionalismo público

Você pode ver na rua. Hora do almoço. Centro da cidade do Rio de Janeiro, um inferno de uma metrópole mal planejada, sem a mínima estrutura para funcionar como cidade. Restaurantes sempre lotados, não dão conta do número de pessoas que querem almoçar. A fila para pagar o almoço é imensa. Se você quer preservar seu trabalho, respeitando a hora do almoço, deve correr, certo, pois provavelmente terá que se deslocar por uns 5 ou 10 minutos até o local do rango, ficará na fila para pegar a comida, comerá ferozmente e quase sem mastigar, para que dê tempo de pegar aquela fila (da puta), pagar e voltar correndo para o trabalho.
Certo? Não no caso do funcionário público. Você consegue distingui-lo no meio da multidão. Enquanto todos correm, falam em um ritmo apressado, olham para o relógio, preocupados, o FP (não é filho da puta, e sim Funcionário Público) anda despreocupado, olhando para o alto, ou para baixo, ou observando as coisas ao redor, os camelôs, e até mesmo percebendo que é o único que não está correndo nessa cidade. Ou melhor, que percebe que os outros que também não têm pressa, provavelmente são também FP. Sim, ele tem tempo para pensar tudo isso, e inclusive, chegar na hora do almoço e, deixar para almoçar depois, resolve postar algo num blog seu.
Sim. E tem mais, caso esteja em casa jogando paciência, e alguém queira usar o computador para algo mais sério, e pedir que o FP libere o PC, o FP pode simplesmente dizer: desculpa, mas trouxe trabalho para casa e estou fazendo hora extra.
Mas é assim mesmo. E ao mesmo tempo que o FP tem muito a falar, o desânimo bate, e ele às vezes deixa coisas incompletas, e isso muit...

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