sexta-feira, 14 de abril de 2017

Covardia (ou cordel antihomofobia)

Marcelo era  garoto
Desses, sem nenhum arreio
Diz-se livre, leve e solto
Quando bêbado, sem freio

Jogava-se, quase voando
Aos corpos de umas meninas
Vivia sempre amando
Mas triste era sua sina

Os meninos não escapavam
Das voadas do menino
Tocando-se, apalpavam
Descobriam o grosso e o fino

Respeitava a rejeição:
Não querendo seu pau ou o cu
Ele pegava um vento sul
Partia em nova direção

Queria rodar o mundo
Voando, vista cerrada
Mas um pensamento imundo
Fez a coisa dar errada

Esbarrou-se, então, com Pedro
E sua turma do mal
Este negava o desejo
Mas enrijecera-lhe o pau

Não sabendo como agir
Por pura homofobia
Pedro resolveu punir
Marcelo na covardia

Fez jus à fama de mau
E o garoto foi espancado
Chamaram-lhe de viado
E pintaram de colorau

Um violento bacanal
Deu triste fim a um erro
Por medo do prazer anal
Hoje temos um enterro.

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