Marcelo era garoto
Desses, sem nenhum arreio
Diz-se livre, leve e solto
Quando bêbado, sem freio
Jogava-se, quase voando
Aos corpos de umas meninas
Vivia sempre amando
Mas triste era sua sina
Os meninos não escapavam
Das voadas do menino
Tocando-se, apalpavam
Descobriam o grosso e o fino
Respeitava a rejeição:
Não querendo seu pau ou o cu
Ele pegava um vento sul
Partia em nova direção
Queria rodar o mundo
Voando, vista cerrada
Mas um pensamento imundo
Fez a coisa dar errada
Esbarrou-se, então, com Pedro
E sua turma do mal
Este negava o desejo
Mas enrijecera-lhe o pau
Não sabendo como agir
Por pura homofobia
Pedro resolveu punir
Marcelo na covardia
Fez jus à fama de mau
E o garoto foi espancado
Chamaram-lhe de viado
E pintaram de colorau
Um violento bacanal
Deu triste fim a um erro
Por medo do prazer anal
Hoje temos um enterro.
ROBOTS 5.2 : 1985-1989
Há um ano
Nenhum comentário:
Postar um comentário